domingo, 15 de setembro de 2013

Oposição

Algo me dizia que isto hoje não acabava bem...
Desde 6ª feira que anda a dizer que tem 4 anos (tem 3), veio da escola a dizer que tem 4 anos, que a professora disse que tinha 4 anos! Expliquei "n" vezes que a prof. se tinha enganado porque ele tem 3. Estas conversas, opositivas de que eu digo é "preto" e ele diz "não, é branco" são frequentes e normalmente acabam comigo calada, a desviar a conversa para outro assunto. Não digo que ele tem razão mas tenho a sensação que no fim ele acha que tem razão, que tem a palavra final!
Pois, hoje, resolvi que não seria assim, não foi uma decisão porque não foi racional, perdi a paciência. Porque raio tenho de me calar?! Eu sei que ele é a criança e eu sou adulta, mas será que é essa a atitude certa a ter nestas situações? Vou ter de pesquisar muito sobre o tema da oposição!
Começou à hora de jantar:
F: Quero uma bolacha!
M: Não pode ser, vais comer a sopa...
F: Mas eu quero (esta frase é repetida vezes sem conta!). Não tenho fome, como a bolacha e chega.
Atitude: ignorar e por a sopa na mesa... Foi comendo. O segundo prato foi comido com ajuda e a fazer do garfo um metropolitano... Raios, que paranóia!!! Ás tantas perdi a paciência, tirei-lhe o garfo e expliquei-lhe, ainda com alguma calma mas já com cara de poucos amigos que à mesa não se brinca, e se não traz carros para a mesa, os talheres também não são para brincar e sim para comer, blá, blá, blá!
Já não sei como a conversa foi parar à escola e para os 4 anos... E pronto lá vamos nós mais uma vez:
M:não tens 4, tens 3.
F: Não tenho nada , tenho 4! (isto dito com voz de choro, esganiçada, o que me irrita ainda mais!)
E entrámos numa espiral de tens 3, tenho 4, tens 3, tenho 4!! Deixei-o sozinho e fui respirar e tentar recuperar o discernimento. Veio atrás com a mesma conversa... disse-lhe que estava triste porque ele dizia que tinha 4 e sabia que tinha 3 e que já não queria mais conversa. Voltei para a mesa, comecei a descascar uma maçã e ele: "quero banana" "pois agora comes maçã e acabou" Acabaram-se as escolhas...
F: "Quero bolacha"
M: "Quantos anos tens?" "4", "então não há bolacha". "Enquanto continuares a fazer isso, a contrariar a mamã, não há bolacha."

E não houve bolacha, não houve bonecos, não houve nada do que ele quis, só houve uma grande birra, choradeira, queixinhas e vozinha de choro e uma grande dor de cabeça para mim...

Foi para a cama, sem histórias, normalmente são duas, a do menino e da menina. São histórias inventadas por mim, de situações da vida real cujos temas rondam sempre algo que se passou durante o dia. Passado um bocado, com ele mais calmo, contei a do menino que tinha um urso azul e que dizia que era verde, e que a mãe ficava muito triste por ele dizer as coisas ao contrário. Contei-a com um ar muito sério, sem expressão, ele quase que esboçava um sorriso, mas percebeu que eu não estava a brincar. Expliquei-lhe porque estava triste, e que por isso não conseguia contar mais histórias. Ainda me repetiu que não tinha 3 que tinha 4 anos! Passei-me outra vez e desta vez disse que se voltasse a repetir que lhe dava uma palmada no rabo porque isso não se fazia!! Deixei-o sozinho na cama e começou a chorar e a chamar-me para ficar ao pé dele. Expliquei mais uma vez que ficava triste por ele dizer as coisas ao contrario, porque ele sabia que tinha 3, que não tinha 4. Mais uma vez disse que quando fizesse 4, ía ter uma festa e receber presentes. Por fim, adormeceu. ~

E agora para além da dor de cabeça, sinto-me culpada por não ter conseguido manter a calma, e por não saber como lidar com estas atitudes opositivas...

Vou ter de perceber qual a melhor maneira de lidar com esta atitude de oposição.

2 comentários:

  1. Eu ainda não percebi... Não é fácil e temos que ir por tentativa e erro. Vai melhorando com o tempo mas o meu com 5, quase 6 ainda não passou e por vezes é de endoidecer...

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    1. Rainbow, eu acho que já estou a enlouquecer! Hoje de manhã voltou à carga! Só dizia que tinha 4 anos que era muito crescido! dizia, a esticar-se "olha, mãe, ves? já estou muito crescido, já tenho 4 anos!" Sinceramente não sei se faz de forma inocente se faz para me provocar! Isto teria a sua piada se tivesse sido uma vez, sem exemplo, agora com o historial da conversa e com uma noite praticamente em branco (insónia) perdi as estribeiras agarreio-o com força, fiz com que olhasse para mim (coisa que ele não queria)e voltei a explicar que não tinha 4 anos e que não gostava que ele me contrariasse, que dissesse que tinha 4 porque tem 3! Não houve carrinhos. Sentei-no cadeira pus a tigela de cereiais na mesa e ficou a comer sozinho... passado uns 10 minutos chamou-me e perguntou-me: "estás contente?" respondi; "quantos anos tens?" "3" então estou contente" e veio mais uma explicação de blábláblá... foi para a escola todo contente e eu estou de rastos, vou ter de procurar ajuda! Vou recorrer a uma psicologa! Para mim!
      Isto preocupa-me porque ele faz isto com toda a gente e os outros miudos não estão para aturar estas "arrogâncias". Os adultos relevam, acham piada (como o pai e outros familiares - eu não), mas os pares não! E vai interferir, negativamente, nas suas relações!

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