quinta-feira, 24 de maio de 2012

Intervenção Precoce - #1

Quando a terapeuta da fala me sugeriu a educadora de apoio pareceu-me desde logo uma boa ideia. A sugestão foi feita por ter comentado o fato de o meu filho não vocalizar absolutamente nada no infantário enquanto que em casa já palrava. Segundo a terapeuta tal acontecia porque ainda não tinham sido criados laços afetivos no infantário,  não se encontrava de forma alguma familiarizado com as pessoas ou com o espaço, uma educadora de apoio poderia ajudar nesse sentido! 
Fui, toda contente, falar com educadora, a primeira reação foi uma careta e o "nariz torcido". Fomos conversar com a diretora, a conversa das duas mais me pareceu uma tentativa de dissuasão...
Justificações apresentadas vs. insistência e tentaviva de compreender o que se passava:
"Isso já não existe" - o quê?! existe sim....
"Ah, mas ele ainda é pequenino!" - pre-co-ce, será que isso não lhes diz nada!?!
"Já tivemos casos em que correu muito mal...!" - Cada caso é um caso, se correr mal deixa de ter o apoio.
Apesar de ter um curso superior e de não me considerar burra, não consegui perceber onde queriam chegar nem o que se estava a passar. A reunião terminou com a promessa da diretora em se informar mais sobre a educadora de apoio e funcionamento da intervenção precoce, enquanto eu tentava saber a opinião da pediatra de desenvolvimento.
Claro que a pediatra de desenvolvimento foi a favor e passados  cerca de 2 meses de burocracia entre instituições lá chegou a educadora de apoio, a S.!
Marcamos uma reunião para assinar papelada e conversar sobre o rapazito... Houve logo uma empatia da minha parte, é uma senhora professora com experiência, com filhos e que se especializou no ensino especial.
Depois de alguns ajustes de horários, dela e de terapias, vai estar na sala com meu filho duas vezes por semana, 90 minutos num dia e 45 noutro. Não é quase nada mas pelo que percebi já é muito bom!

5 comentários:

  1. Oi Catarina,
    olha no meu caso a educadora e coordenadora da creche é que me falaram do quanto era importante que a minha filha tivesse uma professora de ensino especial... a educadora disse que com 14 meninos não conseguia, por muito que quisesse, dar à minha a atenção que ela precisa, não entendo por isso o "nariz torcido" da "tua" educadora!
    A minha filha não reage bem em grupo, fica stressada, desnorteada e não consegue interagir, a educadora disse-me que tenta, sempre que pode, encaixá-la na actividade, mas não é fácil, se ela tivesse uma educadora só para ela tem a certeza que isso a ajudaria imenso!
    Espero conseguir, no mínimo, o que tu conseguiste!

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  2. Já agora queria perguntar-te quem te organizou o processo?
    No meu caso foi a educadora, ela elaborou um relatório (de 3 folhas) onde explicava as dificuldades da minha filha, depois eu assinei-o e juntou-lhe também a cópia da carta da Dr. Alda Coelho do H. S. João.
    Também queria perguntar-te como foi com as outras terapias, todas as crianças tem que ir à junta médica? Ou apenas têm em conta o certificado médico e o nosso IRS?
    Sabes como fazem os cálculos?

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    1. Olá,
      Foi a educadora que o referenciou, preencheu os impressos da intervenção precoce, anexou o relatório que lhe tinha pedido para a pediatra assim como o relatório da pediatra de desenvolvimento. Pelo que contas seguiu os tramites normais, tal como o da tua filha.
      As terapeutas foram indicadas pela pediatra. Para beneficiares do tal apoio da segurança social tem mesmo de ir à junta médica mesmo entregando relatórios e certificados/atestados dos médicos. A junta não é nada de especial, fomos lá com ele, a médica conversou connosco, leu os relatórios e deu o ok. Acho que é mais um proforma. Quanto à comparticipação das terapias depende dos rendimentos e os calculos são feitos com base no IRS, sei que no final vai ter aos escalãos dos abonos de família. Penso que se fores à segurança social te esclarecem melhor. Não te esqueças de perguntar pela tal bonificação (desculpa não saber o nome).
      bjs

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  3. No caso das piolhas foi a educadora quem tratou de tudo, antes até de ter os relatórios médicos iniciais das consultas de desenvolvimento (ainda nem sequer tinham sido encaminhadas para as consultas de autismo), accionou o que precisou para colocar o PIIP no infantário e, a partir daí, tudo se desenrolou normalmente. Tratei da burocracia toda com ela, falei com a educadora do apoio e foi só começar. Os relatórios médicos vieram pouco depois e ficou tudo como queriam.
    Agora é a ANIP quem toma conta do caso e só tenho de estar atenta todos os inícios de anos letivos se há alguém destacado para lá e fazer-me valer dos direitos das piolhas.

    A educadora do teu menino não está para ter trabalho com ele, é o que me parece. Articular e tentar aprender algo para o motivar e juntar à realidade da sala de aula, dá trabalho e é preciso encontrar o click certo para o fazer reagir positivamente. Ela não parece estar para aí virada... É uma pena. E, acima de tudo, acho de extremo mau-gosto e falta de educação, trejeitos faciais de desagrado quando se fala de crianças com necessidades especiais. Principalmente, com os pais delas.
    Enfm, os cães ladram e a caravana passa.

    Força!

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    1. Sinceramente ainda hoje me questiono sobre aquela conversa... foi absurda e não consegui chegar a conclusões. Cheguei a perguntar diretamente se o problema era ter mais uma pessoa (estranha) na sala, se isso a perturbava. Ela insistiu que não era isso e que queria o melhor para o meu filho, que ia ter mais uma auxiliar na sala e que iria ter mais tempo para se dedicar a ele... Eu, como sou teimosa, não desisti porque achei que era mesmo boa ideia. Desisti de tentar perceber. Quando a educadora do apoio começou o trabalho, ele estranhou, começou a fazer birra para lá ficar, quando a S. estava presente. Aí a educadora disse-me que era por isso que ela não achava necessário, porque o ia destabilizar... Mesmo assim não me convenceu!
      Apesar de tudo gosto do trabalho como educadora, faz muitas atividades e parece-me muito atenta. A pediatra de desenvolvimento elogiou-a, pois parece que a maioria das educadoras não liga muito aos sinais nestas idades, o que leva a diagnosticos tardios prejudicando as possíveis intervenções e evoluções.
      Os trejeitos são deveras irritantes, elas já fez mais alguns... depois conto.
      Bjs

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