segunda-feira, 14 de maio de 2012

Especial, porquê?

O meu filho é especial principalmente porque é MEU!
Desde que nasceu que é elogiado, como todos os bébes, por ser lindo, por ser muito sossegado, por ser calminho, por dormir a noite toda... Quando a esmola é demais o pobre desconfia, comecei a ficar apreensiva, quando a minha sogra me dizia, "a Mãe não sabe o que é ter um bebé!" Aí comecei a ver as diferenças, nunca teve cólicas, não dava más noites, não pedia colo, ria-se pouco, entretinha-se sozinho, não olhava muito para mim ou seja não me imitava (andei um mês a tentar que ele fizesse o gesto da galinha põe o ovo e nada...), não falava, fazia humhum, aos 18 meses não apontava para o queria (esticava a mãozinha e gritava, quando não chegava lá pois esticava-se todo para conseguir alcançar o quer que fosse), não chamava nem dava sinal que tinha acordado, ficava na cama sossegado, e, o que me fazia muita confusão, passava muito tempo a transportar objectos de um lado para o outro, fazia um montinho alí e depois levava tudo para acoli!
Foi na consulta de rotina dos 18 meses que resolvi expor as minhas preocupações à pediatra, ela disse que o comportamento repetitivo, não apontar e não chamar quando acorda para sair da cama é que era preocupante, por isso recomendou uma terapeuta ocupacional. Nunca me falou em autismo, nem nada do género.
Assim, começámos logo a terapia, no privado para ser mais rápido porque no público, como todos sabemos o serviço nacional de saúde tem lista de espera... A terapeuta falou-me de apoios da segurança social, que me pediram um relatório do médico... aí com o relatório a dizer que o menino tinha um défice de comunicação e interacção fiquei assustada! Isso e a andar a tratar de papéis de apoio à deficiencia! Fui para a internet e depressa cheguei ao tema de autismo!! Comecei a ficar assustada mas como no relatório da terapeuta dizia que podia ser imaturidade consegui manter a calma... Ele foi para o infantário, também por recomendação da pediatra.
Comecei a ver resultados. Em casa, connosco, a interacção começou a aumentar significativamente e comecei a ficar mais descansada...
Até  ao dia em que a educadora reuniu comigo para falar sobre o PDI(plano de desenvolvimento individual) para o 2º trimestre. Perguntou-me se eu sabia o que era sindrome de asperger (eu sabia, via uma série Parenthood,  onde uma das personagens é um menino com asperger), se alguém já me tinha falado do assunto... comecei a tremer e as lágrimas a cairem-me dos olhos, deixei de a ouvir... saí de lá e fui ter com o meu marido sem saber o que pensar!
Seguiu-se uma consulta com a pediatra que se "passou" disse que a educadora tinha era que puxar por ele, conquistá-lo, em vez de começar logo a por rótulos! Mas lá fomos a uma consulta de pediatria do desenvolvimento e outra de otorrino para ver se ele tinha algum problema de audição.
Sobre as consultas vou escrever outro post até porque, para verem como os progressos na imitação estão a ser positivos, ele está aqui a querer escrever no computador, como a mãe!

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