sexta-feira, 25 de maio de 2012

"É próprio..."

Voltando a falar em comentários, este que vou relatar foi mesmo estúpido!
Não querendo ser mal interpretada, começo por dizer que gosto bastante da educadora do meu filho. Gosto dela e penso que tive muita sorte!
Acho que ela sabe o que faz mas às vezes é um bocadinho infeliz... Parece-me que tacto não é o forte dela. Já relatei a forma como ela me disse que achava que o meu filho era autista e como ela não foi muito adepta da intervenção precoce, pelo menos à primeira. 
Logo a seguir a esses episódios, que me fizeram perceber que o meu filho não estava adaptado ao infantário, andei preocupada e ansiosa com o facto de ele passar lá o dia a fazer o frete, sem satisfação! Andava triste e preocupada.
Um dia perguntei-lhe se ela lha achava diferenças ou seja evolução, pois em casa nós já notavamos evoluções na interação, ao que recebi mais uma careta (para mim a comunicação não verbal diz tudo) e o seguinte comentário: "ah, não, ainda há pouco fomos para a rua fazer bolas de sabão mas ele preferiu levar a moto/triciclo e ficar a brincar sozinho... é próprio!"
É PROPRIO!!! Fiquei para morrer, completamente sem palavras!! Próprio do quê?!?!
Fiquei uns dias a digerir.... só me lembrava da pediatra me dizer que ela tinha era de puxar por ele, de captar o seu interesse e deixar-se de rótulos... e ela deixa-o agarrado à moto enquanto andam todos a brincar! Foi péssimo... andei uma fase obcecada pelo infantário... Cheguei a analisar, ao pormenor, as fotografias do Natal... porque é que o meu filho estava sempre sossegado de chucha, no meio dos outros meninos, enquanto os mais queridos e desenvoltos estavam ao colo da educadora e auxiliares, porquê?! Porque o meu é sossegado e obediente e não dá trabalho nenhum, se o deixarem agarrado a um brinquedo fica assim horas e ninguem precisa de preocupar-se com ele! Fiquei mesmo  mal, passou-me pela cabeça retirá-lo do infantário, mas sabia que o convivio com outros meninos e adultos era importante, assim como recomeçar noutro infantario com outra educadora, auxiliares, coleguinhas e rotinas seria uma complicação para ele!
Resolvi ter uma conversa com ela, não falei diretamente no comentário, insisti na necessidade de o envolver nas actividades e na minha preocupação com o perigo dos rótulos, como me tinham dito as pediatras. Para bom entendedor...

2 comentários:

  1. Eles passam muito tempo no infantário e ter quem puxe por eles é fundamental. Tenho a sorte de no infantário do meu estarem sempre preocupados com isso: vai sempre à frente nos passeios com a educadora, fica sentado ao pé dela quando conta histórias, promovem actividades com os outros meninos e estão sempre a ir buscá-lo. Tem dados os seus frutos. Outra coisa fantástica é que tirando esse empurrãozinho extra, tratam-no no sempre como os outros e tem que fazer o mesmo! Tirou a fralda qd os outros tiraram, come com regras como os outros, participa em todas as actividades (até por exemplo nas aulas de inglês, quando ainda achava que era imaturo por não falar o português correctamente)... E isso também tem sido muito importante. Comentários tipo "É próprio" acho horríveis pois à partida já está a rotular e a assumir que por ter seja o que for vai ter um tipo de comportamento.

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    1. Exatamente!
      O tratamento igual e a participação nas atividades eu via, mas a preocupação em o puxarem e cativarem não. Eu sei que não passo lá todo o dia e não vejo o que elas fazemm mas o pouco tempo que via não era isso que se passava. Por exemplo, quando chegava para o ir buscar e estavam todos sentados na mesinha, a educadora nunca estava sentada ao pé dele.
      Agora já está a melhorar, acho que a educadora também aprendeu alguma coisa!

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