quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Novidades da mãe!

Ainda não dei esta novidade... Voltei a ser estudante... de... terapia da fala.
Não sei se daqui a 4 anos vou estar formada e apta a trabalhar pois esta nova condição exige um grande esforço e gestão de tempo e dinheiro. A escola está a 200 km e por isso só posso estar presente 3 dias por semana. A ideia é ir fazendo, mas como gostava mesmo de o terminar no tempo previsto tenho feito um esforço enorme. Neste momento ando toda atrofiada porque, entre outras coisas, tenho de conhecer todos os ossos da cabeça!

Procurei na net alguns videos que exemplificassem a função de um terapeuta, este pareceu-me adequado.


Tal como eu que até há uns meses desconhecia o seu trabalho, cheguei à conclusão que muitas pessoas, não sabem o que se faz nas sessões das terapia. Quer na da fala quer na ocupacional, as crianças da idade do meu filho e com o problema dele brincam, cada brincadeira tem um propósito.  Nesta idade é a brincar que se aprende ou melhor, se adquirem competências! Ele brinca! Não faz exercicios vocais nem nada que se pareça a uma sessão de fisioterapia, ok?!

Também tenho uma perturbação!

E estou descompensada, espero que seja apenas por ter dormido 2 a 3 horas...
Já corri todos os supermercados da cidade e comprei um faísca (para a terapeuta embora ela me tenha dito que não tinha importância), um jipe dos dentinhos, uma pão de forma e um roxo... todos da colecção cars!
O prometido é devido, e hoje de manhã prometi que levava um jipe dos dentinhos quando o fosse buscar ao infantário... não resisti ao beicinho...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Que nervos!

Pronto, e aqui estou eu nervosa, chateada, aborrecida com os outros e comigo própria! 
Está tudo bem com o pequeno, que cresce e se desenvolve a olhos vistos. Está crescido, interage bastante mais, fala bastante mais.... Persistem os interesses restritos (principalmente "popós", "coisas" com rodas para ser mais precisa) mas tudo bem porque até se interessa, quando motivado, por outras brincadeiras e tem bastante mais jogo simbólico. Estamos numa fase bastante boa e espero que se prolongue por muito tempo.
Então o que se passa?
O seguinte:
Os popós andam a desaparecer, e só desaparecem quando ele fica com o pai... evaporam-se.... ok, são só uns popós, não é um telemóvel, não sãos as chaves de casa, nem nada essencial à nossa vida. Mas quando a terapeuta da fala faz uma troca de carros, ou seja, ele deixa lá o carro que levou de casa e traz outro da terapeuta,  nos explica que com isso pretende fazer-lhe compreender o conceito de "emprestar"/"partilhar" e nos pede para na proxima sessão levar o carro de volta, pois o pai não só não o leva, como não sabe qual é e o carro já desapareceu (o faísca mcqueen), e que importância tem isso, afinal é só mais um popó!! 
Quando ele fica a chorar durante 20 minutos porque quer o pipo (jipe) dos dentinhos (da colecção dos carros) que desapareceu, isto depois de eu já ter chamado a atenção ao pai para ter mais atenção aos popós que circulam fora de casa e principalmente por lugares onde não são recuperaveis, ao qual ele encolhe os ombros e fica com cara (não diz) de "que importãncia tem um popó se ele tem aí mais outros 20 numa caixa, que estupidez!" Pronto "salta-me a tampa" e quem telefona a seguir... a sogra!
É assim tão dificil tomar atenção a uns carros? é assim tão disparatado? Parece que sim...

Isto leva-me ao que me anda, verdadeiramente a incomodar e a enervar,  a sensação de ter algumas pessoas com o pensamento, não assumido pois nunca me foi dito de forma direta e/ou explicita, de: "estás a ver? Andavas aí preocupada para nada, é tudo uma questão de tempo, e essas coisas de terapias e PEA são manias e modernices de pediatras "verdes" (entenda-se de geração mais nova) que tem a mania que os putos tem de ter todos o mesmo desenvolvimento e que qualquer dia querem que eles nasçam a falar e a andar!"
Se isto nunca me foi dito, porque é que eu tenho a sensação que é a opinião da minha sogra? Porquê? É a minha cabeça? E porque é que só sinto isto com ela, e não o sinto em relação com a minha familia?
Após uma conversa surreal ao telefone, que começou e acabou descontrolada da minha parte, por uma coisa que aos olhos de todos é insignificante mas para mim reflecte toda uma atitude perante a situação de diagnóstico e intervenção.
A "mãe" (eu) exacerba as questões e não aceita opiniões diferentes da sua. E estas questões vão desde o fato de ele com 18 meses não falar nem apontar - que não são dignas de preocupação porque cada criança tem o seu ritmo, quem já teve 2 filhos que só começaram a falar aos 2 anos e já conheceu outros tantos que não falam ao ano e meio e não tem problema nenhum, sabe bem isso; ou ao fato de eu querer que o pai do meu filho passe mais tempo com ele e acompanhe o seu crescimento em todas as suas vertentes, ou seja, cuidar (dar de comer, dar banho, etc), brincar com ele e até passarem tempo um com o outro, só os dois, mas isso é um capricho (deve ser) porque ele precisa é da mãe e o pai tem de trabalhar... ao que parece as mães não precisam de ter tempo para elas.... Mais... ele é muito pequenino, não percebe regras, como, por exemplo, não levar brinquedos para a mesa, não usar chucha a não ser para dormir (aos 22 meses), castigos, etc. pelos vistos eu devo ser demadiado exigente com ele....

O que ficou foi o ressentimento de sentir que não foi dado crédito às minhas preocupações, de nunca me ter dito "Mas o que a faz estar tão preocupada? vá ao médico, oiça opinião de especialistas, enfrente os seus receios, porque pode não ser nada mas tem que se descartar todas as hipótese" e eu não consigo ultrapassar isto, não sei como fazê-lo. Sinto que nada do que eu faça vai mudar a sua atitude... pelo contrário, só nos afasta uma da outra. Fico triste porque gostava que ele tivesse uma avó tão maravilhosa como a minha, que com quase 90 anos tem uma compreensão e abertura de espirito maior que muitas de 60!

Ou então sou eu, que estou errada, que não consigo ser politicamente correcta, dizer apenas "sim, o menino está bom, comeu, fez xixi, tem o cocó duro, não tem tosse, logo não tem nenhum problema de saúde..."  virar costas, ir á minha vidinha ou seja dormir... pois são 2h da manhã e ainda estou aqui de pestana aberta a pensar nisto!!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Encontro da Intervenção Precoce

Estive presente, a convite da educadora de apoio, no encontro da intervenção precoce, destinado a técnicos e pais, houve uma comunicação sobre a importância de trabalhar em equipa e testemunhos de 3 mães sobre a sua experiência com a intervenção precoce.
Nenhuma dessas experiências relatava casos de PEA, mas eram todas histórias muito comoventes.No 1º caso era uma mãe adolescente (mãe aos 14 anos) que mencionou o apoio do serviço social e psicologico. No 2º, uma menina referenciada por ter um atraso no desenvolvimento (não mencionaram o diagnóstico (?), que mais tarde se traduziu no apoio psicologico à mãe. O ultimo relato era de uma mãe de um menino com uma doença rara.
Todos os relatos foram muito intensos, mas o último deixou a sala a fungar e todos com lágrimas nos olhos. Eu fiquei, por alguns momentos, a pensar que o meu caso, ou seja, o problema do meu filho não era nada ao pé dos problemas daquela criança!!
Houve também um workshop (eu chamaria ação de divulgação) da associação Pais em Rede, em especial, sobre as Oficinas de Pais. Muito resumidamente, estas oficinas, consistem em reuniões de pais, distribuidas por várias sessões, onde partilham experiências sobre ter filhos com necessidades especiais.
Para mais informações vejam o folheto no blogue O meu Diogo e nós

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O avô, o neto e o burro! (história tradicional)

Avô e neto foram à feira vender o burro. Para que o animal tivesse um aspecto fresco o avô decidiu que não montassem o animal, pelo que caminhavam a pé junto dele.
Ao passarem por um grupo de pessoas estas riram-se e comentaram:
            - Olha estes dois vão-se a cansar e o animal todo fresco.
            Ouvindo isto o avô disse ao neto que o montasse, sempre era mais leve e assim o povo não falaria.
            Mais adiante outros criticaram:
            -Se tem jeito! O rapaz que é forte vai consolado no burro e o velho, já cansado da vida, vai a pé.
            De imediato o avô pediu ao neto para se apear e montou ele o burro.
            Não foi preciso andar muito para alguém comentar:quando o burro pode bem com os dois.
            O avô nem pensou e disse ao neto para montar também e seguiram os dois no burro.
            Pouco andaram e foi com espanto que ouviram:
            -Malvados! O pobre animal vai com peso destes dois. O burro merecia era que o levassem às costas.
            Já pouco satisfeito o avô disse ao neto que iam desmontar e de seguida pediu-lhe que o ajudasse a pegar no burro às costas.
            Alguns metros adiante, um grupo que passava, parou a olhar espantado e um deles comentou:
            - Mas afinal quem é o burro?! Nunca vi coisa assim! O mundo está ao contrário.
            Finalmente o avô disse ao neto para pousarem o burro e caminharem ao lado dele como quando tinham saído de casa. Feito isto foi comentando com o neto:
            - Que nos sirva de lição; devemos agir pela nossa cabeça. Se dermos ouvidos a toda a gente já sabemos: cada cabeça sua sentença.
É um exemplo porque não devemos ligar ao que os outros nos dizem!